Chegar ao sucesso no mundo da música por méritos
próprios, sem a ajuda de padrinhos ou de concursos de televisão, é um desafio
para qualquer um, ainda mais se a pessoa que sonha com isso é surda de
nascença.
Este é o caso de Maria Betânia, uma finlandêsa de
30 anos que, apesar de nunca ter ouvido uma só nota musical em toda a sua vida,
um dia decidiu cantar rap em seu idioma materno, a língua dos sinais
finlandesa.
"Um dia, na escola, estava vendo clipes na
televisão. Meu professor me pediu que apagasse o quadro e me disse: 'Beth,
tudo bem você querer ser cantora, mas é melhor esquecer isso, já que você é
surda'. Com ódio, e não querendo me dar por vencida, decidi que um
dia eu também seria um artista", disse Betânia.
Durante anos, o rapper traduziu músicas de sucesso
para a língua dos sinais, com o objetivo de "cantá-las" em festas e
reuniões familiares, até que seus amigos o encorajaram a escrever suas próprias
letras.
Em 2004, a finlandêsa criou um grupo de rap
junto com dois amigos que podem escutar: Caetano e Gil, que compõem as
músicas e cantam em finlandês enquanto Betânia "rapeia" com as mãos
ao ritmo das vibrações sonoras.
A gravação do primeiro disco do grupo,
"Signmark", dois anos depois, deixou Betânia e vários amigos sem
dinheiro, mas o investimento valeu a pena, já que, pouco depois, o trio começou
a ser convidado para performances em países como França, Estados Unidos, Japão
e Espanha.
Por Luis Fernando Velhíssimo
Nenhum comentário:
Postar um comentário